A estalagem Rosa Negra estava repleta de viajantes de todos os cantos do Submundo. Localizada no centro da artéria comercial da cidade de Herfin, esta enorme casa funcionava como ponto de paragem obrigatório para quem entra ou sai do Mundo Inferior. A sua reputação é conhecida por todos os viajantes aventureiros e mercadores, é sem sombra de dúvida o melhor local para dormir, comer, beber e até mesmo para ter prazer. Os seus dois donos, Kashmir e Verónica, dividiram-na habilmente, do lado direito da enorme mansão ficam os quartos dos viajantes, sempre arrumados e limpos com as camareiras sempre prontas a satisfazer os pedidos dos clientes, do lado esquerdo fica o bordel onde as mais belas mulheres e as mais sensuais fêmeas treinadas na arte do sexo e do prazer habitam, no centro fica a área comum, um enorme salão recheado de pesadas mesas de madeira onde a bebida, a comida e a orgia parecem durar eternamente.
Lara e eu estávamos sentados numa dessas mesas bebendo silenciosamente um vinho caseiro muito saboroso. Desde a batalha com Gorath que a demónio tem estado silenciosa, nem mesmo durante a noite quando a forço a cumprir com os seus deveres de escrava ela solta um gemido de prazer, apenas me vira a cara como se a minha mera presença lhe causasse nojo. A sua atitude mudou bastante desde que eu a tornei minha serva e eu não estou a gostar mesmo nada desta nova Lara que se encontra à minha frente.
- Sabes, escrava, não estou a gostar nada dessa tua atitude.
- Que atitude, meu senhor? Acaso falhei em alguma coisa?
- Tu sabes bem que sim, desde o combate com o Gorath que parece que me evitas, não me digas que preferias a companhia do meu falso eu?
A demónio olha para mim como se acabasse de lhe ler os pensamentos.
- Hm, é isso não é? - Digo sorrindo maliciosamente. - Com que então a Lara, a orgulhosa Lara, está perdida de amores por um reles humano. Que ridículo.
- Eu não sei do que falas, apenas não me tenho sentido bem ultimamente. - A demónio levanta-se e prepara-se para sair da mesa.
- Eu não te ordenei que te levantasses pois não?
- Estou cansada, apenas quero...
- Queres? Mas tu não tens quereres, escrava, tu fazes o que eu te mando e acabou, agora SENTA!!!
A minha ordem soa tão alto que abafa todas as vozes na sala e vira todas as atenções para nós. Lara vermelha de raiva senta-se e volta a beber o seu vinho silenciosamente sob o meu olhar de puro deleite.
- Ora, ora, vejam só quem voltou. - Diz uma voz feminina que se encontra atrás de mim. - Se não é o meu humano favorito.
Sorrio reconhecendo a voz e bebo mais um trago de vinho respondendo sem no entanto me virar.
- É natural que seja o teu humano favorito, sou o único que ficou vivo.
Uma mulher de estatura mediana senta-se ao meu lado sorrindo para mim. Sua beleza é indescritivel, seus longos cabelos pretos cobrem as suas costas rectas e bem delineadas, seus olhos cinza enfeitam o seu rosto inteligente e sedutor, sua pele bronzeada digna de veneração reluz sob o vestido transparente que realça as suas formas generosas e seus lábios vermelhos e apetitosos que mais se assemelham a duas suculentas romãs escondem os seus caninos curtos mas afiados de uma verdadeira vampira.
- Tive imensas saudades tuas, depois de partires o ambiente aqui tornou-se aborrecido.
- Podemos sempre matar essas saudades, cara Satine.
A vampira passa a sua mão pelo meu cabelo sorrindo e depois olha para a demónio.
- Tu sabes que eu iria adorar, mas, e a tua "amiga"?
- A minha escrava não se importa. - Respondo-lhe ignorando totalmente Lara e devorando aqueles lábios tão saborosos.
- Nesse caso vamos para o meu quarto, quero mostrar-te umas técnicas novas.
Por entre beijos e apalpões abandonamos Lara à sua sorte.
- Ai, Lilian, por onde andas rapariga? Espero que tenhas entendido as minhas pistas. - Murmura a demónio enquanto bebe o que resta do vinho.
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