Enquanto Lara se interroga sobre a estranha pena que acabara de encontrar no quarto de Lilian, um homem treina intensamente vários metros abaixo dela, num local em que nem mesmo o mais corajoso dos heróis se aventuraria a entrar, as catacumbas de Herfin. As feridas sararam por completo graças aos cuidados da sua amante e agora, a pouco e pouco, ele tenta recuperar a sua forma treinando durante horas a fio até que a exaustão lhe leve a melhor. Ela vigia-o de perto, cada golpe, cada movimento e cada suspiro, nada lhe escapa. Sentada no escuro apenas o observa, contemplando o seu corpo nú, a sua forma graciosa e as suas múltiplas cicatrizes honrosamente merecidas em diversas e numerosas batalhas e confrontos. Finalmente, ele pára, a sua respiração é pesada e a sua pele coberta de suor reluz ante a estranha luz dos candelabros, por longos minutos ele deixa-se apenas ficar de pé fitando algo que a vampira não consegue discernir. De repente e sem que ela o espere, ele solta um grito enorme, quase animalesco, e dos seus olhos farpas de energia branca são expelidas em todas as direcções, Satine nem consegue acreditar no que vê, já o conhece há algum tempo e nunca imaginou que ele tivesse este tipo de poder e, tal como um espectador que assiste a um espectáculo de circo em que o artista faz uma manobra perigosa, ela observa quieta e em silêncio. A sala treme um pouco e impelidos por uma força invisível os objectos que não estão fixos começam a rodopiar à volta dele, espadas, armaduras, copos e jarros, todos parecem ter ganho vida própria e giram em torno de um eixo oculto. Subitamente ele geme e vencido pelo cansaço perde os sentidos levando a que todos os objectos que até então voavam pela sala alegremente caiam no chão causando uma barulheira enorme.
Satine corre na sua direcção, preocupada que este esforço sobrenatural tenha de alguma forma afectado o seu processo de cura. Vendo-o não só como um amante, mas também como uma cria, ela leva-o para o quarto onde o deita delicadamente sobre a cama e deita-se ao seu lado brincando com os seus pêlos do peito esperando pacientemente que ele volte a acordar.
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2 comentários:
Continuo a acompanhar as aventuras, meu amigo Cavaleiro :-)
Beijo doce
É sempre bom ver q tenho uma fã :-)
Bj terno
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