sexta-feira, agosto 17, 2007

Vingança (4ª Parte)

Lilian corre na direcção do corpo de Eleanora ajoelhando-se a seu lado e acariciando o seu rosto lívido e exangue.
- Oh, Ela, por favor não morras. - diz ela com os olhos marejados de lágrimas.
Diana por seu lado mantém-se de pé, imóvel, fitando corajosamente a sua poderosa adversária.
- Podes ter derrubado a Lara e a Ela, mas garanto-te que eu não serei assim tão fácil de vencer. - diz ela conjurando um círculo de protecção. - Lilian! traz a Ela e a Lara para aqui, ao menos estarão seguras.
- Hm, que interessante, um círculo de protecção. - diz Eliantha observando calmamente o círculo de runas azuladas que se vai estampando no chão em redor das suas adversárias. - Sabes, é claro, que isso não te irá proteger eternamente.
- Sei, mas também não será necessário, em breve estarás de joelhos pedindo misercórdia. - diz Diana sorrindo desafiadoramente.
- Ai sim? - responde a feiticeira rindo. - Creio, no entanto, que estás equivocada. O meu poder ultrapassa largamente o teu, como vou ter a oportunidade de to mostrar.
- Pois então menos palavras e mais acção! - grita Diana erguendo o seu bastão e invocando todo o seu conhecimento arcano.
O ar da sala torna-se eléctrico e uma ligeira vibração faz estremecer as janelas, portas e candelabros. Eliantha observa calmamente a demostração de poder da sua oponente sorrindo desdenhosamente.
- É só isso que tens para me mostrar? Umas quantas faíscas e abalos? - grita Eliantha num tom de troça.
Ignorando a sua adversária Diana invoca uma armadura mística que lhe cobre o corpo dos pés à cabeça protegendo-a de ataques físicos e mágicos. De seguida lança sobre si e sobre as suas companheiras auras de protecção contra o pânico e a confusão mental. Por fim e sob olhar atento de Eliantha, que continua a sorrir, conjura uma barreira mágica passivo-agressiva para proteger Lilian, Eleanora e Lara, reforçando assim o círculo de protecção.
- Agora estou pronta para o combate. - diz ela abandonando a segurança do círculo.
- Pois quê? Abandonas assim, sem mais nem menos, o teu círculo de protecção? - diz Eliantha espantada. - Deves ser mais tola do que eu pensava.
- Dentro do círculo não posso usar a totalidade dos meus poderes. Infelizmente as magias de protecção são sempre um pau de dois bicos, por um lado protegem-nos da magia exterior e por outro, limitam a magia lançada do seu interior.
- Muito bem. Mostra-me então aquilo de que és capaz.
- Com todo o prazer.
Sem perder tempo Diana abre a sua mão esquerda e aponta-a na direcção de Eliantha, dos seus dedos cinco mísseis mágicos são lançados a toda a velocidade contra a sua oponente. Esta, apanhada desprevenida devido à sua arrogância e orgulho, não tem tempo de se proteger e é atingida em pleno peito pelas bolas cor de violeta de pura magia.
- Devo dizer que me... - antes de ter a oportunidade de acabar a frase uma violenta ventania de farpas materializa-se em seu redor cortando-lhe a carne e atirando-a para o extremo da sala de encontro ao seu trono.
Eliantha tenta erguer-se apoiando-se com uma das mãos no seu trono virado enquanto a outra limpa um fio de sangue que lhe escorre do lábio aberto.
- És melhor do que eu pensava, feiticeira. - diz Eliantha deixando passar um esgar de dor assim que se põe de pé.
- E ainda não viste nada! - grita-lhe Diana caminhando na sua direcção e conjurando mais um feitiço.
Em redor de Eliantha cinco criaturas, vindas das mais diversas mitologias, materializam-se. Guiadas pela vontade e pela magia de Diana as criaturas atacam a pérfida feiticeira brandindo os seus machados e lanças. Eliantha esboça um sorriso e bate com o seu bastão no chão. Imediatamente uma onda eléctrica varre o pavimento electrocutando todas as criaturas. Diana pragueja, mas depressa conjura mais um dos seus feitiços. As lajes de mármore entre Diana e Eliantha começam a tremer e a sair dos seus lugares concentrando-se num sítio específico dando forma a um golem de dois metros. Este solta um uivo horrendo e começa a movimentar-se lentamente na direcção de Eliantha destruindo tudo à sua passagem. Esta com uma calma calculada ergue o seu bastão e murmura umas palavras. Um raio de luz verde é libertado da esmeralda atingindo o peito da criatura e transformando-a imediatamente em pó.
- Devo dizer que és boa, minha cara, mas não o suficiente para me derrotar. - diz a feiticeira sorrindo.
- Não cantes vitória antes do tempo, eu ainda não joguei os meus melhores feitiços. - diz Diana concentrando-se uma vez mais e conjurando outro dos seus feitiços.
Mas algo corre mal e embora a sua energia tenha diminuido como se de facto a mágica tivesse sido feita, a verdade é que nada aconteceu.
- Oh, mas o que é que se passa? - pergunta a sua oponente com uma preocupação fingida.
- Eu... não sei... - responde Diana alarmada.
Uma vez mais tenta lançar um novo feitiço, mas mais uma vez nada acontece.
- Sabes, tu de facto és poderosa, por isso tive que recorrer a uma táctica que raramente uso, as contra-mágicas. - diz Eliantha. - Devias sentir-te muito honrada por utilizar essa técnica contigo.
- Não pode ser. - diz Diana tentando uma vez mais concentrar o seu poder.
- Oh, não insistas, não vale a pena. Sempre que tentas invocar algo eu lanço-te um contra-feitiço. Os teus poderes já não funcionam, por isso escusas de gastar a tua energia.
- Essa técnica é odiosa, mas ainda bem que me avisaste, estou preparada para feiticeiros traiçoeiros. - e dizendo isto conjura uma vez mais um feitiço.
- Tola. - Eliantha sorri e lança outra vez a sua magia para impedir o feitiço de Diana.
No momento em que a pérfida feiticeira lança a sua contra-mágica uma explosão de energia branca desencadeia-se mesmo à sua frente atirando-a ao chão.
- Graças a feiticeiros traiçoeiros como tu, um mago poderoso criou este feitiço. É uma espécie de contra-contra-mágica, só que tem uns certos poderes adicionais, como acabaste de ver. - diz Diana sorrindo.
- Sabes, começo a ficar farta de ti! - diz Eliantha levantando-se. - Está na altura de passar ao ataque.
- Pois então ataca, estou desejosa de conhecer aquilo de que és capaz.
Eliantha reúne o seu poder preparando-se para o ataque, enquanto que Diana conjura uma série de feitiços de protecção. No entanto, assim que a pérfida feiticeira passa ao ataque todas as magias protectoras de Diana caiem por terra deixando-a vulnerável.
- Mas o que é que se passa? - pergunta ela espantada e alarmada. - Não podes ter lançado contra-mágicas, se o tivesses feito eu saberia.
- Pobre criança, não fazes ideia daquilo que enfrentas.
Eliantha aponta o seu bastão na direcção da sua oponente e dispara uma forte bola de energia na sua direcção. Diana ergue o seu bastão, mas por alguma razão a magia que tenta invocar não funciona e a bola ultrapassa a sua barreira defensiva decepando-lhe a mão que segura o seu fiel bastão. A feiticeira solta um grito de dor que é abafado pelo som de um violento trovão. Lilian grita ao ver a sua companheira cair de joelhos agarrando-se à ferida.
- Vamos ver como te safas agora. - diz Eliantha sorrindo.
- Vai para o Inferno! - grita-lhe a feiticeira.
- Talvez vá, um dia, mas parece que tu vais chegar lá primeiro que eu. - diz a pérfida feiticeira apertando com uma força invisível o pescoço de Diana e erguendo-a no ar.
- Deixa-a em paz!! - grita Lilian levantando-se e preparando-se para correr na direcção de Eliantha.
- Não, Lilian! Deixa-te ficar dentro do círculo. - geme a feiticeira tentando debater-se.
- Louvo essa tua atitude protectora, mas não te servirá de nada. Em breve o poder do círculo irá desvanecer-se e a Lilian ficará à minha mercê uma vez mais.
- Nunca, só por cima do meu cadáver.
- Oh, mas isso pode arranjar-se. - Eliantha ergue o seu bastão e uma enorme bola de fogo materializa-se em pleno ar atingindo o corpo de Diana matando-a instantaneamente.

5 comentários:

Lia disse...

Surpreendeu-me bastante a Diana, apesar de a saber feiticeira não julgava que ousasse desafiar alguém...

Continuará a vingança?

Um beijo meu doce cavaleiro

Ana disse...

Que grande luta de feiticeiras!
Certamente a Diana vai arranjar um feitiço no ultimo segundo e vai escapar. :)
beijos

Avid disse...

Cav querido
Gosto de duelos assim...Bela luta entre elas.
Volto p ver o final.
Bjs meus

Luciana disse...

Boa noite, sir, tu não me conheces...por coincidência, estive procurando algumas imagens de um cavaleiro celta qualquer, para colocar em meu blog e acabei encontrando o teu...

Pode achar estranho, mas gostaria que visitasse meu espaço (meu blog)...escrevo um livro sobre um cavaleiro celta, que viveu no ano de 1246...vai entender, talvez, o motivo de pedir-lhe que me visite. Preciso encontrar algumas pessoas...

Serás bem vindo, caso apareça...abençoado sejas tu, cavaleiro...Còldaz.

http://segredoguardado.blogspot.com

Luciana disse...

Bom nobre cavaleiro, aqui estou...extraviando meu horário de serviço e vindo lhe visitar :)

Obrigada por ter me visitado...foi uma honra receber-te em meu humilde recinto. Tb estou lendo tua historia e me parece intrigante. Teu jogo de palavras sao envolventes, isso gera algo bom a quem as lê.

Com certeza estarei lhe visitando mais vezes. Espero nao estar invadindo teu lugar:)

Esteja em paz nobre senhor, até a proxima.