segunda-feira, agosto 20, 2007

Vingança (5ª Parte)

- Vês o que a tua amiga me obrigou a fazer, meu anjo? - diz Eliantha acocorada em frente do corpo calcinado de Diana e apoiada no seu bastão de prata. - Não era minha intenção matá-la, mas ela irritou-me e... Bem, aí está o resultado. Que desilusão, é um verdadeiro desperdício de energia. A tua amiga era verdadeiramente poderosa e tinha mais recursos do que eu poderia ter imaginado. Como é que ela se chamava?
- Diana. - responde Lilian sufocando as lágrimas.
- Diana... Belo nome. É o nome da Deusa da caça e da Lua. Não é de admirar que fosse tão poderosa. - diz Eliantha sorrindo e colocando a sua mão esquerda sobre a testa da feiticeira. - Vade in pace, Diana. - murmura desenhando um símbolo.
- O que estás a fazer?
- Oh, nada de mais, meu anjo. Estou apenas a tornar a sua passagem para o outro mundo ligeiramente mais fácil.
- Mas porquê?
- Por que a tua amiga foi uma adversária formidável e embora tenha sido minha inimiga merece o meu respeito. - diz Eliantha levantando-se. - Agora vamos tratar desse odioso círculo de protecção.
- Espera. Há uma coisa que eu continuo sem perceber.
- E que coisa é essa, meu anjo?
- O que tu acabaste de fazer, esse acto de altruismo para com a Diana, não o compreendo.
- E porque não?
- Porque és uma mulher egoísta e ambiciosa. És uma pessoa que não se preocupa com ninguém a não ser consigo mesma.
- É isso que pensas de mim?
- Sim.
- Então lamento desapontar-te, meu querido anjo, mas estás redondamente enganada. É verdade que sou uma mulher ambiciosa, gosto de ser a melhor em tudo o que faço, mas isso não significa que não tenha honra, ou que não respeite os meus adversários.
- Como é que podes respeitar os teus adversários, os teus inimigos, se lhes sugas tudo aquilo que eles são e que poderão vir a ser?
Ao ouvir estas palavras a atitude zombeteira de Eliantha desaparece totalmente dando lugar a uma frieza até então desconhecida.
- A conversa terminou, meu caro anjo. - diz num tom gélido e calculista.
- Parece que a verdade não é do teu agrado.
Ignorando estas últimas palavras a pérfida feiticeira coloca a sua mão esquerda sobre a bela esmeralda que jaz no topo do seu bastão e murmura um novo feitiço. Esta muda de cor tornando-se num belo e magnífico rubi cor de sangue. Por fim, e continuando a recitar incessantemente os versos obrigatórios do feitiço, Eliantha atira o seu bastão com toda a sua força na direcção do círculo de protecção. Este reage imediatamente ao objecto encantado atirado na sua direcção. A barreira mágica criada por Diana ergue-se instantaneamente cercando o bastão e incidindo sobre ele todo o seu poder destrutivo. No entanto, algo de errado acontece. A magia protectora do círculo volta-se contra si mesma destruindo uma por uma as runas estampadas a azul no chão. Sem as runas mágicas de onde possa tirar a sua força mágica, a barreira é quebrada e desfaz-se em mil e um pontos de luz azul.
- Agora passemos ao que realmente interessa. - diz Eliantha estendendo a sua mão direita e ordenando ao seu bastão que regresse.
- Não! Tu não lhe vais fazer aquilo que me fizeste, sua vampira! - grita Lilian levantando-se num salto e colocando-se entre a feiticeira e Eleanora.
- Já me começas a irritar, anjo. Desaparece da minha vista! - com um simples piscar de olhos Lilian é projectada com violência contra a parede.
Sem outra contrariedade entre ela e a elfo, Eliantha percorre calmamente a curta distância que as separa.
- Sabes, meu anjo, a sorte da tua amiga é que o novo Imperador a quer viva. - diz Eliantha arrancando a seta do estômago da elfo e curando por artes mágicas a sua ferida. - Mas isso não me irá impedir de me deleitar com alguma da sua energia vital.
- Eu disse para a deixares em paz! - grita Lilian furiosa invocando instintivamente uma violenta lufada de ar.
Eliantha é apanhada totalmente de surpresa e é projectada alguns metros para trás.
- Isto foi inesperado. - diz ela fitando confusa a furiosa Lilian. - Não devias ser capaz de lançar feitiços, minha cara, eu suguei todo o teu poder. É impossível.
- Pelos vistos não me tiraste tudo. - responde Lilian sorrindo confiante.
- Parece que não, mas isso resolve-se.
Sem esperar pela a reacção da sua adversária, Eliantha lança-lhe um feitiço de contenção prendendo todos os seus movimentos e retirando-lhe a capacidade de emitir sons.
- Agora estás indefesa, meu anjo. Como vês a tua resistência foi inútil, eu venci e não há ninguém que me possa impedir de obter o que quero. - diz com uma confiança inabalável.
- Tens a certeza disso? - diz uma voz atrás de si.
- Quem!? - espantada a feiticeira vira-se instintivamente na direcção da voz. - Tu!?
Os incrédulos olhos da feiticeira tornam-se esbugalhados assim que sente uma lâmina fria cravar-se no seu peito. As suas mãos crispadas de dor agarram-se firmemente aos braços da sua assassina no instante em que os seus joelhos trémulos cedem debaixo de si. O seu rosto perde a sua cor tornando-se lívido e retratando a triste cena de uma mulher que esteve prestes a ter tudo, mas que tudo perdeu.
- Que te sirva como última lição, feiticeira. - diz a sua assassina. - Um demónio nunca é privado da sua vingança.
A lâmina penetra mais fundo girando em torno da carne martirizada causando uma forte e fatal hemorragia. Sob o gélido olhar ambarino de Lara, Eliantha solta o seu último suspiro agarrando até ao último momento os pulsos da demónio.
- Acabou! - diz Lara cuspindo na cara do cadáver. - Vamos embora daqui.
- E quanto à Diana? - pergunta Lilian ajudando Eleanora a levantar-se.
- Vamos tirá-la daqui. - responde Lara. - Eu levo-a.
- Sabes, demónio, - diz Eleanora apoiando-se em Llian. - nunca fiquei tão contente por te ver.
- Fiz o que tinha de fazer. Ninguém insulta um demónio e sai impune.
- E para onde vamos agora?
- Para Sul, para bem longe do Imperador, Lilian. - responde a elfo. - Eu tenho um barco que está pronto a partir a qualquer hora. Podemos partir já. O que me dizes, Lara?
- Digo que não há nada que me prenda aqui e que aceito o convite, Eleanora.
- Engraçado. - diz Lilian. - É a primeira vez que vocês as duas se tratam pelo nome.
- É verdade. - diz Eleanora sorrindo. - O Destino por vezes aproxima pessoas incompatíveis.
- Talvez... - responde Lara. - Mas agora vamos é sair daqui.

6 comentários:

Ana disse...

Olá Cav!
Essa malvada feiticeira já estava muito abusadora! bem feita! lol
Bom fim de semana.
Beijos

Escorpiana Explosiva disse...

passei pra desejar bom fds,volto amanha pra ler com + atenção

Avid disse...

isto ta exatamente como gosto hehehe...
Bjs meus

P.S. Sabes cav querido? hoje o meu blog faz 1 ano... lembrei-me que foste a primeira pessoa a fazer um comentario la :))... bela lembranca...

Lia disse...

Ufa...
agora estou bem mais descansada...
estava com saudades da Lara...

Que os ventos que soprem te continuem a encher a alma de inspiração...

Um beijo doce

Luciana disse...

Como estás cavaleiro, tudo bem? Fiz uma nova visita em teu recinto e ouso dizer que tua presença tem me deixado feliz.

Lhe concedo a graça dos seres da luz e que eles te toquem a alma a cada dia mais, forjando vosso coração como o de um verdadeiro guerreiro.

Còldaz a ti, nobre cavaleiro. Estejas tu em paz.

Anónimo disse...

Olá cavaleiro, bom dia. Talvez não se lembre de mim, sou Lady Guiweny...estou com alguns problemas, por isso não postei mais. Talvez um dia eu volte. Vejo que também parou por um instante. Gostaria de falar contigo :).

Esteja em paz