segunda-feira, setembro 25, 2006

Unyard (1ª Parte)

A pequena povoação de Unyard está situada num belo e fértil vale, é um local pacato com meia dúzia de casas, uma estalagem, um templo e um modesto bordel. Toda a vida da localidade centra-se à volta de uma enorme villa que funciona como uma espécie de câmara municipal e é a residência da dona das terras, a Dama Ursula Justa. Decididos a comprar mantimentos frescos e dormir, nem que seja por uma noite, numa cama macia e confortável, Lara e eu saímos da estrada para Briseida e tomámos o rumo desta povoação.
- Ai, que bom que é voltar a dormir numa estalagem. - digo atirando-me sem cerimónia sobre a cama.
- Sim, também já estava com saudades, mas... - a demónio olha para mim com um semblante carregado.
- ... Mas ainda estás com aquele pressentimento, não é?
- É! Cav, há algo de errado aqui, eu não sei o que é mas consigo senti-lo.
- Isso deve ser cansaço, as pessoas pareceram-me bastante simpáticas, até aquela tal de Ursula.
- Oh sim, essa então foi simpaticíssima, não parava de te lançar olhares e sorrisinhos. Bolas, Cav, será que não te importas de pensar com a cabeça de cima para variar?
Solto uma gargalhada
- Olha quem fala, tu que estás sempre a pensar em perversões a dar-me lições de moral.
Lara lança-me um olhar fulminante carregado de irritação.
- Isto é sério, há algo neste local que me dá arrepios.
- Hm, quem te vai dar arrepios sou eu, minha demónio, mas de prazer. - levanto-me e abraço-a por trás beijando maliciosamente a sua nuca e sussurrando-lhe ao ouvido. - Esquece isso e concentra-te noutra coisa.
A demónio sorri e nada mais diz.

As roupas voam pelo ar enquanto as nossas línguas dançam ao ritmo do desejo, os nossos corpos anseiam um pelo outro de uma forma louca e incontrolável. A demónio atira-me sobre a cama e com um sorriso que só ela consegue fazer começa a lamber e a chupar o meu falo duro. Eu deixo-me levar pelas ondas de prazer que percorrem o meu corpo obrigando-me a soltar espasmos de incontrolável deleite, as minhas mãos afagam e puxam o seu cabelo acompanhando os movimentos ascendentes e descendentes e controlando de certa forma o ritmo e a intensidade.
Subitamente ouve-se um bater na porta.
- Que merda! - diz Lara irritada. - Não podiam ter escolhido uma melhor altura?
- Ignora... - digo olhando para ela completamente rendido.
As pancadas tornam-se mais fortes e insistentes e acabamos por ter de interromper o que começámos.
- Mas o que é que se passa! - grita Lara abrindo a porta furiosa.
Do outro lado encontra-se um rapaz de quinze anos que fica quase sem palavras ao ver uma demónio nua e furiosa à sua frente.
- E-eu, v-venho entregar uma m-mensagem u-urgente. - diz o rapaz gaguejante e mais vermelho que um tomate. - A Senhora U-Ursula precisa de v-vos falar, pede para que v-venham imediatamente a c-casa dela.
Lara bufa de raiva e o rapaz aproveita a deixa para fugir dali para fora.
- Bom, é melhor irmos. - digo começando a vestir-me.
- Ainda não. - diz Lara fechando a porta e sorrindo maliciosamente. - Temos algo para acabar.
- Concordo, acho que o que quer que ela queira de nós poderá esperar mais uns quinze minutos...

Ursula Justa é uma mulher que gosta de conforto, a sua villa é um exemplo disso, recheada com as melhores tapeçarias, quadros, móveis e tudo o mais que uma pessoa abastada possa querer. É uma mulher de 35 anos, muito bela e atraente, os seus olhos azuis reflectem uma personalidade forte e a sua roupa e jóias exibem a sua condição e classe.
Somos recebidos com toda a cortesia, Ursula não poupa a esforços para nos agradar e para nos fazer sentir confortáveis, ao nosso dispor são colocados vários vinhos e iguarias. Ao ver que recusamos delicadamente tudo o que nos oferece expõe imediatamente o assunto.
- Primeiro que tudo - começa ela com uma voz doce e agradável. - quero pedir-vos desculpa por vos ter interrompido, mas o assunto que vos traz aqui é deveras urgente. - faz uma pausa para bebericar um pouco da sua bebida e depois continua. - Esta pequena povoação está em perigo e eu não sei o que fazer, estou desesperada. Há um ano um dos meus empregados encontrou um túmulo muito antigo por debaixo do templo, levado pela cobiça e não lendo as inscrições nas paredes, decidiu abri-lo; pobre coitado, foi a última coisa que fez. Segundo a lenda, um temível feiticeiro foi ali enterrado e agora que foi acordado do seu sono eterno decidiu lançar uma maldição sobre todo o vale. Somos obrigados a ficar aqui, não podemos sair e se o tentarmos morremos. E-eu já não sei o que fazer - diz ela levando as mãos à cara e começando a chorar. -, as nossas colheitas estão a definhar, o nosso gado está a morrer, a caça e o peixe fugiram e os poços estão a secar, se isto continuar acabamos por morrer à fome e à sede. Mandei chamar-vos porque vocês parecem o estilo de pessoas que está habituado a este tipo de coisas, por isso eu peço-vos, não, eu imploro-vos, ajudem-nos!
- Ora aí está porque é que pressentias algo de errado - digo baixinho virando-me para a demónio. -, o vale está amaldiçoado.
- Sim, deve ser isso... - diz ela fitando intensamente a mulher. - Seja como for, devemos investigar.
- Óptimo! Cara Senhora Ursula Justa, não se preocupe que nós vamos ajudá-la.

1 comentário:

Anónimo disse...

Especial..como sempre. Bjs.Tuchamz