quinta-feira, novembro 23, 2006

Anjos e Demónios

Lara deixa-se cair sobre mim exausta soltando os últimos gemidos de um orgasmo louco e carregado de desejo; os seus longos cabelos pretos cobrem o meu rosto e a sua boca insaciável beija e mordisca o meu peito sorvendo as gotículas de suor que escorrem sobre a minha pele; a sua cauda agita-se levemente como se pedisse por mais, os seus dedos brincam com o meu pêlo e os seus olhos dourados fixam-se nos meus brilhando com a chama do desejo. Eu apenas sorrio, um sorriso de puro deleite e satisfação.
- Hm, se eu soubesse que o mero facto de passarmos a noite no quarto de hóspedes da Diana te deixaria assim tão louca, teria feito as pazes com ela logo que chegámos à cidade.
- Não há dúvida que a feiticeira mexe comigo, será que não podias colocar a vossa amizade de lado e convidá-la para a nossa cama, como fizemos tantas vezes com a Lilian? - diz ela com uma voz sedutora e irresistível.
- Tu e a Diana juntas na mesma cama, hm, isso parece-me uma combinação explosiva, minha diabinha, mas muito, muito excitante.
- Sim, dá para notar que gostas da ideia. - responde ela com um sorriso olhando para o meu sexo que se animou ante esta fantasia. - Temos mesmo que a pôr em prática. - a demónio volta a beijar-me e a sua mão escorrega pela minha cintura abaixo.
- Por onde achas que anda a Lilian? - pergunto subitamente.
- A Lilian!? Não sei, nem me interessa, meu querido, ela abandonou-te quando mais precisaste, porque é que ainda pensas nela?
- Gostava de a ter visto como anjo, aposto que deve estar fantástica.
- Está sim, mas se queres que te diga, eu preferia a Lilian feiticeira, sempre era mais humilde e prestável.
- Qual a razão desse ódio entre anjos e demónios? Porque é que não convivem em paz?
- Queres falar sobre isso agora!? Logo agora!? Não podias ter escolhido um momento mais oportuno para termos essa conversa? - a demónio solta um suspiro e deixa-se cair de costas sobre o colchão macio. - Está bem, eu conto-te... Como já te disse anteriormente, os anjos e os demónios são duas faces de uma mesma moeda, mas nunca te expliquei o porquê. Existe uma lenda muito antiga, uma lenda que remonta aos primórdios do Universo, uma era em que raças poderosas viajavam livremente pelos planetas, criando vida ou extinguindo-a. Hoje em dia podemos chamar a essas entidades de Deuses, mas se virmos bem, os Deuses actuais são meros aprendizes quando comparados com tais criaturas... Enfim, passando à frente, um desses Deuses, uma entidade chamada Kuan, conseguiu reunir em si um poder fenomenal, um poder que lhe dava a autoridade de tornar os seus pares em seus servos. Este era um conceito completamente novo, nunca ninguém conseguira armazenar tal poder e influência, todos eram iguais, não havia nem mais nem menos, aquilo que era a neutralidade perfeita deixou de o ser e a sociedade entrou em declínio.
Kuan conseguira o que queria, o poder sem limites, mas o preço a pagar foi alto demais, a sua arrogância e a sua ambição conduziram à desgraça e à extinção da sua raça. Chegou então a altura em que ele ficou só, não havia mais ninguém para conversar, alguém para mandar, alguém para rebaixar, é aqui que as lendas mudam e divergem, umas dizem que ele enlouqueceu, outras dizem que atingiu um estado de pura perfeição, outras chegam a referir ambas as opções, a verdade ninguém sabe, tudo o que se sabe é que após a extinção do seu povo algo aconteceu, algo que o levou até ao lugar mais sagrado de todos, A Fonte da Magia, e aí o seu corpo transformou-se em luz e dividiu-se em dois, de um lado formou-se o primeiro anjo, do outro o primeiro demónio.
- Mas porque é que se odeiam tanto? - pergunto afagando o cabelo de Lara.
- Porque ambos herdámos a arrogância e a ambição de Kuan e isso leva-nos a acreditar que aquele que vencer o conflito é sua verdadeira essência. Por isso não usamos escrúpulos, apoiamo-nos em raças inferiores para combater por nós, raças que se deixam iludir pelas nossas palavras e promessas, especialmente as dos anjos, porque nós demónios não precisamos de falinhas mansas, as nossas atitudes falam por si.
- Sabes, minha diabinha, tens jeito para contar histórias.
- Pois tenho, mas eu prefiro ter jeito para outra coisa, meu querido. - a demónio sorri maliciosamente e acaricia o meu falo. - Ainda temos umas horitas até o Sol nascer, que tal aproveitarmos?
Não respondo, apenas lhe lanço um olhar provocador enquanto encaminho a minha língua em direcção ao seu sexo.

2 comentários:

Cavaleiro disse...

Foi isso q eu quis mostrar, para mim todos temos bem e mal, alguns são bonzinhos demais, outros mt maus. Talvez seja parvoíce minha, mas não me acredito em pessoas extremas, ou seja 100% boas ou más, somos humanos e amamos tanto qt odiamos.

Bjs ternurentos e adocicados

Anónimo disse...

pedi o teu enderesso e hoje encontrei... gostei de te ler de novo beijocas