terça-feira, novembro 14, 2006

O Artefacto (1ª Parte)

A Lua brilha no céu espalhando a sua luz prateada sobre as ruas e vielas sombrias de Briseida. Um encantamento inquietante parece dominar a cidade lançando os seus habitantes numa letargia profunda e mergulhando a metrópole num silêncio assustador. Alheios a toda esta aura de sonolência e apatia três personagens envolvem-se num breve conflito num dos becos desertos deste local lendário.
- Muito bem, Deditos, é bom que tenhas uma boa explicação para nos estares a espiar ou garanto-te que quando acabar de tratar de ti mudarás o teu nome para, Léon OlhosRápidos. - diz a demónio ameaçadoramente atirando o pobre ladrão contra a parede.
- E-eu peço desculpa, está bem miúda? - gagueja ele massajando o maxilar dorido.
- Miúda!? Miúda!? - grita a demónio exaltada esbofeteando o desgraçado. - Tento na língua, ladrão, diriges-te a um ser superior e eu exijo-te respeito ou arranco-to à força.
Léon olha para mim na esperança que eu interceda a favor dele, mas as suas esperanças caiem por terra ao ver o meu olhar irritado.
- Não olhes para mim à espera de beneces, Léon, é melhor que comeces a inventar uma boa desculpa ou nem OlhosRápidos serás!
- Ok, ok, vocês também não me dão muitas hipóteses, né?
- Ora, ora, parece que afinal o pervertido sempre tem miolos. - a demónio olha para mim sorrindo. - Vá conta lá o que é te levou a espiar-nos.
- Primeiro que tudo eu não sou um pervertido, eu...
As suas palavras terminam abruptamente com outra estalada da demónio.
- Aconselho-te a ires directo ao assunto, já deu para ver que não estou de bom humor.
- Não só estou a ver, como também estou a sentir, miú... hm... demónio. - diz ele voltando a massajar o rosto que tomara um tom avermelhado. - Quando nos separámos tão repentinamente no porto fui forçado a deixar para trás, mais concretamente num dos bolsos da vossa companheira, um pequeno artefacto. Preciso de o resgatar, por isso espiava-os na esperança que me dessem uma pista sobre o seu paradeiro.
- Mas que tem esse artefacto de tão especial?
- Alguma vez ouviram falar de uma raça chamada Ploensis?
- Não...
- Mas eu sim! - responde Lara entusiasmada. - Esse artefacto pertence-lhes?
- Sim.
- Esperem lá, mas quem são esses plo-não-sei-quantos?
- Ploensis, meu querido, eram uma raça muito poderosa que deixou o nosso plano de existência. Eles já eram considerados Antigos quando Gaia e Terra eram apenas uma só, a sua habilidade na magia era de tal forma grande que um dos seus feitiços mais simples só pode ser lançado por feiticeiros experientes e poderosos com o risco da própria vida. Um simples artefacto deles pode valer milhões, é o sonho de qualquer praticante de magia. - os olhos de Lara brilham de excitação.
- Isso quer dizer que a Diana leva no bolso uma fortuna e nem o sabe?
- Olha que não sei, Cav, agora que penso bem, aquela desculpa do "estou muito cansada" foi um pouco forçada. Eu acho que ela nos quis despachar.
- Não me acredito nisso. - respondo lançando um ar de reprovação à demónio. - Mas já agora, o que faz aquele artefacto?
- Não sei, encontrei-o juntamente com este papel, mas está escrito numa língua que eu não conheço. - Léon retira de uma pequena bolsa de veludo um rolo de papiro já muito gasto e parcialmente consumido.
A demónio solta um gemido ao ver o selo ainda bem impresso numa das partes do manuscrito e automaticamente arranca-o das mãos do ladrão.
- O que foi? - pergunto ao ver um sorriso a desenhar-se nos seus lábios enquanto o lê.
- Cav, meu querido, saíu-nos a sorte grande!! - grita ela excitada dando-me um beijo e correndo em direcção à casa da feiticeira.

1 comentário:

Cavaleiro disse...

Hehehe, pois é, n tenho andado com mt tempo, mas n me vou esquecendo dos meus "fãs". :P

Bj bem ternurento ;)

P.S.: Por falar em actualizações, onde andam as tuas? ;)