sexta-feira, novembro 03, 2006

O Jornal

A praça central é o principal afluente da cidade, todos os dias passam por ali milhares de pessoas que com um passo geralmente apressado se dirigem para os seus empregos ou para os seus compromissos. Aqui encontra-se um dos mais belos jardins de toda a região e a célebre estátua dos dois amantes que muitos juram que está encantada, à volta desta esplêndida praça podemos encontrar bancas de comerciantes ambulantes e várias casas de convívio que servem uma bebida exótica com um estranho nome, café. Completamente desiludidos com o desfecho da nossa investigação sentamo-nos numa das esplanadas e pedimos três destas bebidas tão esquisitas.
- Estamos num beco sem saída, quem quer que tenha morto o outro tipo, matou também o nosso homem mistério. - diz Lara desapontada bebendo um golinho deste líquido misterioso.
- Vocês têm a certeza que querem continuar esta investigação, é que se estão a meter com alguém muito poderoso. - pergunta Diana bebendo com mais à vontade o seu café.
- Claro! - responde Lara apressadamente. - Eu não gosto de ser manipulada e vou exigir explicações a quem quer que esteja por detrás de tudo isto.
A feiticeira vira-se para mim para tentar saber qual é a minha opinião.
- Faço minhas as palavras da Lara, Diana.
Ficamos por uns momentos em silêncio saboreando o café e uns bolinhos caseiros bastante apetitosos.
- Extra! Extra! Guerra cívil na República! Extra! - apregoa um vendedor de jornais.
Lara e eu olhamos um para o outro.
- Cav, tu não achas que...
- Tenho quase a certeza, Lara. Rapaz, um jornal.
- Tens a certeza do quê? - pergunta Diana sem perceber nada da conversa.
- É uma longa história. - respondo abrindo o jornal.

Parece incrível, mas após quase 2000 anos de paz a velha República entrou em guerra cívil. As notícias que nos chegam da capital são escassas e muito contraditórias, ao que parece tudo começou quando um homem tomou conta do Senado há alguns meses, desde então uma enorme instabilidade política tomou conta da República. Deram-se várias tentativas para depor este indivíduo misterioso que se auto-intitula de Iulius Caesar Magnus, mas todas falharam, ao que parece este homem possui um estranho sexto sentido que lhe permite reconhecer armadilhas.

- Sexto sentido uma ova, ele possui é o Olho! - diz Lara zangada.

Iniciou-se então um período bastante sangrento, uma era de prescrições como as realizadas pelo antigo Ditador romano Lucius Cornelius Sulla. Aqueles que não juravam fidelidade incondicional ao novo Imperador eram julgados e condenados à morte em plena praça pública. Os que conseguiram escapar criaram a facção republicana e reuniram um exército para destruir este vil homem.
O Mundo está dividido em dois e espera impaciente pelo resultado final. Será este o fim do mundo que conhecemos? Que consequências trará esta guerra para as cidades estado independentes como Briseida? Este jornalista não tem respostas para estas perguntas e muitas outras, só espera que todo este conflito termine rapidamente e que Gaia respire paz uma vez mais.


- És senador, não és, Cav? O que vais fazer, vais juntar-te à facção republicana? - pergunta a feiticeira.
- Desde a morte da Ela que esse mundo ficou para trás, sou um sonhador e acredito piamente em Roma e tudo o que representa, mas esta já não é a minha luta...
- Mas a Ela não morreu, está viva.
- Para mim continua morta, o que ela fez não tem perdão, pelo menos não ainda.
A feiticeira coloca a sua mão sobre a minha e sorri.
- Tás tão diferente, tão diferente.
Sorrio e coloco a minha outra mão sobre a dela.
- Como tu disseste, já não temos 15 anos.
- Vocês já olharam bem para o rosto da Aquileia? - interrompe Lara. - Ela está a chorar!

6 comentários:

Anónimo disse...

Cav que pretendes fazer? Sera mesmo que essa luta nao e tua?...
Um lindo domingo p ti.
Bjs meus

Poison disse...

Cav, passei a última semana a "devorar" o teu blog.
Até "contigo" eu sonhei.
Adoro a forma como escreves e a tua história prendeu-me de tal forma que não sei se aguento esperar pelos próximos posts.

Na realidade em algumas partes cheguei a assustar-me, é que me identifico muito com a Lara, tirando algumas especificidades da sua fisionomia. Será que me conheces??? ;)

Por favor não pares!

Um abraço.

nesS disse...

mais uma vez, estou a adorar... =P
fico impaciente à espera do próximo post, lol =P
pk n postas um por dia?
sei k tens dir escrevendo, mas adorava=)
kisS** ^^

Cavaleiro disse...

Se queres q te diga ainda n sei. Esta história remonta à 1ª aventura da Lilian e da Lara e tem servido de pano de fundo para uma crise em Gaia. Na altura certa o Cav, a Lara, a Lilian e algumas outras personagens irão enfrentar este Imperador, mas até lá vou preparando o terreno. ;)

Como é bom saber q as minhas aventuras fazem sonhar, e sonhos bons, espero eu. :P
A Lara é daquelas personagens q ganhou uma vida própria, divirto-me mt qd a escrevo pois todos os dias faz sp algo diferente e inesperado. Nunca conheci uma "Lara" na vida real e certamente nunca irei conhecer, pois ela é, além da Eleanora, a mulher dos meus "sonhos", refiro-me é claro em termos de personalidade e n de fisionomia. ;)

Eu tento escrever todos os dias, mas por vezes é impossível, pois ora me falta a inspiração necessária, ou tive um dia cansativo, ou simplesmente tenho trabalhos e/ou leituras para fazer.
Mas, embora n escreva aqui, vou sp anotando ideias no meu caderninho. ^^

Bjs bem ternurentos para as 3 :)

Anónimo disse...

Fico impressionada pela história que me encanta, doce cavaleiro :-)

Beijo doce

Cavaleiro disse...

É sp bom saber q te encantas com estas minhas histórias, cara Sutra.

Bj ternurento