quinta-feira, novembro 02, 2006

O Homem Mistério

As investigações de Diana levam-nos à parte mais rica da cidade, uma zona composta por jardins magníficos e exuberantes e por luxuosas vivendas e villas. De acordo com as informações da feiticeira a casa que procuramos fica mesmo em frente ao Jardim dos Descobrimentos, um parque muito belo repleto de flores e árvores exóticas erigido em homenagem às descobertas de Aquileia e Éwon.
- Então é aqui que se esconde o nosso homem mistério? - pergunta Lara admirando o desenho e a arquitectura da villa.
- Sim. - responde Diana. - Mas como já vos disse não creio que este homem seja um feiticeiro, não senti magia na sua aura.
- Tens a certeza? Olha que a magia que matou o homem que recebeu o pacote parecia ser muito poderosa. - digo desconfiado.
- E era, mas de uma coisa tenho a certeza, não foi este homem que a criou.
- Então existe alguém por detrás de tudo isto? Alguém a quem este homem muito certamente serve? - pergunta Lara fitando a feiticeira.
- Sem dúvida.

A porta abre-se e um criado muito velho e curvado aparece no interior.
- O que desejam? - pergunta ele numa voz estranhamente forte.
- Falar com o teu senhor. - responde Lara altivamente entrando sem cerimónia.
- O que está a fazer? Retire-se imediatamente, não recebeu nenhuma autorização para entrar!
- Eu tenho assuntos sérios para tratar com o teu senhor, velho, por isso faz-te útil e vai chamá-lo, ok? - diz a demónio num tom que não tolera contestação.
- Como se atreve! - o velho servo agarra a demónio pelo manto e puxa-o com uma força surpreendente revelando o seu rosto. - Um demónio! - exclama ele assustado.
- Faz o que te mando! - remata Lara aproveitando a sua reacção. O servo afasta-se rapidamente indo cumprir as ordens desta visita inesperada. - Aqui está uma criatura inferior que conhece o seu lugar, se ao menos todos fossem assim...
- Ainda bem que não somos. - digo sorrindo.
A feiticeira aproxima-se de mim e sem que a demónio note sussurra-me ao ouvido.
- Ela é sempre assim?
- Nem por isso, ela hoje até está bem disposta.
Momentos depois surge o nosso homem mistério acompanhado pelo seu fiel servo, ao ver-nos fica ligeiramente nervoso.
- O que desejam? - pergunta ele numa voz bem mais frágil do que a do seu velho servo.
A demónio sem pensar duas vezes lança-se a ele agarrando-o pelo pescoço e encosta-o à parede.
- Sabes bem o que é que nós desejamos. - diz ela com uma voz autoritária.
- Bem disposta? - pergunta-me a feiticeira.
- Sim...
- Hm, imagino então como será ela maldisposta.
- E-eu, e-eu não tive a culpa, foram as ordens que recebi, por favor tentem entender, eu até vos paguei muito bem.
- Tu pagaste para entregar um pacote, não para matar um tipo. Diz-nos para quem trabalhas!
- E-eu n-não posso, se o fizer sou um homem morto. - o homem começa a suar em bica e a tremer desenfreadamente.
- Se não o fizeres também és um homem morto. - diz Lara sacando um punhal e apontando-o à barriga dele. - Sabias que sou uma assassina? Conheço muito bem a anatomia de todas as raças de Gaia, por exemplo, se te cravar o punhal aqui morres em questões de segundos, mas se por acaso to cravar aqui morres bem lentamente e com muitas dores. Por isso meu caro, é bom que cuspas o que sabes.
- V-vocês vão deixar que ela me mate? N-não têm piedade? - grita o homem para mim e para a Diana quase a perder os sentidos.
- Cav, tens a certeza que não é melhor intervires? - pergunta a feiticeira preocupada.
- Tenho, é tudo bluff, acredita.
- Cospe o que sabes. - rosna Lara pressionando o pescoço do homem já exasperada.
- Está bem, eu conto.
Lara sorri triunfantemente e liberta-o afastando-se uns passos. O homem massaja o seu pescoço dorido e olha para nós com um misto de raiva e de medo.
- Eu não tenho escolha, pois não? Pois bem, não fui eu o causador da morte daquele homem, eu fui apenas um intermediário.
- Quem era ele? - pergunto.
- Eu não sei bem, sei apenas que andou a meter o nariz onde não era chamado, a fazer muitas perguntas e a criar instabilidade na cidade.
- Quem o matou? - pergunta Lara impaciente.
O homem abre a boca para responder mas nenhum som se escapa da sua boca, ao principio parece que se sente com falta de ar, mas pouco depois a sua cara começa a ficar muito vermelha e o homem cai de joelhos no chão agarrando-se ao pescoço e tentando a todo o custo respirar.
- Magia! - grita Lara.
- E poderosa! - diz Diana.
Assim que tentamos fazer algo para o ajudar um som distinto de um pescoço a quebrar-se propaga-se pelo o ar e o homem cai no chão morto fitando o vazio.

3 comentários:

Klatuu o embuçado disse...

Nada mal.

Anónimo disse...

Uma fugidinha inevitavel...para matar as saudades. Como sempre espero por mais... bja meus

Cavaleiro disse...

Obrigado Klatuu

Quem agradece sou eu, Dreams, pelas tuas visitas e por saber que gostas destas minhas histórias, principalmente da Lara. :)
Felizmente n foi preciso, tou enferrujado mas ainda deu para perceber, agora n te ponhas a escrever noutra língua, como alemão, por ex, pq assim é fico mm sem perceber nada. :P

Q saudades minha Diva, como foi essa semana de infindável luxúria e amor?

Bjs e abraços ternos para vocês :)