segunda-feira, agosto 21, 2006

Aragoth

O seu sono é agitado e por diversas vezes ela o ouve gritar coisas sem nexo. Com extremo cuidado ela afaga o seu cabelo coberto de suor e tenta esfriar com um pouco de água a sua pele quente e escaldante. Ela não entende o que se está a passar, desde que o viu a manejar aquela força invisível, a libertar aquele poder extraordinário, que ela está confusa e indecisa, apenas segue o seu instinto e os seus sentimentos e reza aos seus Deuses para que tudo termine bem. De alguma forma a sua presença e o seu cuidado trazem-lhe a paz de que ele precisa e, a pouco e pouco, ele acalma-se até voltar a dormir delicadamente como se nada tivesse acontecido. Ela sorri, de seus lábios sai um agradecimento timido, dirigido não se sabe a quem ou ao quê, ternamente acaricia-lhe o rosto e pousa gentilmente a sua cabeça sobre o seu peito sentindo o leve bater do seu coração. Ao compasso desta música ela adormece esperando que ao acordar o veja bem e revigorado.

Um arrepio de frio percorre o seu corpo e Satine procura em vão o corpo quente do seu amante, seus dedos tacteantes perscrutam instintivamente a cama mas tudo o que encontram é uma almofada já fria. Intrigada ela desperta e confirma com os seus olhos aquilo que os seus dedos já lhe haviam dito. Ela levanta-se vestindo um leve robe de seda transparente e procura-o curiosa.
- Estás à minha procura?
Ela vira-se e encontra-o atrás de si, nú e molhado.
- Fui tomar um banho, o treino de ontem deixou-me exausto e com um cheiro pouco agradável.
- Nós vampiras gostamos do cheiro a suor de um macho, é simplesmente irresistível. - Diz ela aproximando-se dele sorrindo.
- Hm, não sabia, nesse caso é melhor ter cuidado, não vás tu chupar-me o sangue enquanto estiver a dormir.
- E logo o teu que é tão delicioso e suave, hm, seria um banquete divinal. - Ela beija-lhe o pescoço mordiscando-o ao de leve.
- Talvez mais logo o faças, agora tenho que voltar aos treinos. - Diz ele afastando-a.
- Eu vi o que fizeste ontem, não sabia que eras capaz de fazer aquilo.
- Há muita coisa sobre mim que não sabes, cara Satine.
- Mas conheço o principal, sei o que te excita e sei o que te dá prazer.
Ela volta a aproximar-se dele e beija-o no canto da boca. Ele sorri dando-lhe razão.
- Talvez os treinos possam esperar. - Diz ele agarrando-a violentamente e beijando-lhe o pescoço.
- Podem sim e isto também. - ela empurra-o para trás e sorri-lhe - tenho algo para te mostrar, algo que vais gostar muito. Segue-me.
Ele faz uma careta como se fosse uma criança a quem tiram um brinquedo, mas a curiosidade fala mais alto e encolhendo os ombros segue-a. Ela leva-o até um beco sem saída.
- É aqui, segue-me.
- Aqui!? Mas isto não tem saída.
Ela sorri.
- Ai, meu querido, tens de aprender que nesta vida nem tudo é o que parece. - Ela pisca-lhe o olho e atravessa como por magia a parede de tijolos. - Vês, é uma ilusão, agora vem, há muito que te quero mostrar isto.
Ele segue-a e atravessa com facilidade aquela parede ilusória. O que está escondido por detrás daquela parede deixa-o sem palavras, pilhas enormes de ouro, baús cheios de pedras preciosas, finas armas espalhadas pelo chão e diversas peças de protecção corporal espalhadas igualmente pela sala.
- Pelos Deuses, mas para onde me trouxeste, para a casa de um dragão? - Diz ele atónito.
- Mais ou menos, mas eu trouxe-te aqui para te oferecer isto. - Ela aponta para um dos cantos da sala.
- Mas isto é...
- Uma armadura completa feita de escamas de dragão, é uma armadura mágica, ela funde-se à tua própria pele criando uma marca, uma tatuagem e quando tu a invocares ou quando ela sentir que estás em perigo activa-se e cobre-te totalmente, desde a cabeça aos pés.
- Eu não sei o que dizer...
- Existe outra coisa, se por acaso durante um combate ficares privado da tua arma, a armadura resolve o teu problema, basta fechares e comprimires os teus punhos um contra o outro e um par de garras de vinte centímetros aparece como por magia.
- É maravilhosa. Mas se é assim tão boa, porque é que tu ou outro demónio não a reclamaram?
- Houve muitos que tentaram, mas a armadura escolhe o seu dono. Queres experimentar?
- O que aconteceu aos que tentaram?
- Ninguém sabe, simplesmente desapareceram.
- Hm, então se lhe tocar corro o risco de desaparecer também... - Ele hesita. - Bom, ninguém vive para sempre.
Ele aproxima-se da fabulosa armadura e estica o braço na sua direcção. O seu dedo toca no metal quente e imediatamente um arrepio estranho percorre o seu braço. A sala parece andar à roda e o seu corpo parece-lhe estar em chamas, imagens de eras passadas percorrem a sua mente como se algo se estivesse a fundir com ele. Subitamente tudo o pára e regressa ao normal, a armadura desapareceu e no seu local encontra-se agora uma frase marcada a fogo vivo.

Aragoth serve-te

3 comentários:

Anónimo disse...

continua a interessar.Bjnhos Tuchamz

Anónimo disse...

vim "espreitar" o teu canto pois a curiosidade foi gde qdo recebi tua visita espero k voltes...
deixo-te um beijo e continua.

Ps-achei mta piada "Salvar donzelas em perigo, Matar dragões, Cavalgar sem rumo, Conhecer pessoas interessantes"

Cavaleiro disse...

Sou um cavaleiro, cara Marisa, é natural q sejam esses os meus interesses :-P