terça-feira, julho 25, 2006

8 de Vénus de 2006DR - A Entrevista

Um vento gélido soprava de leste e a chuva que começara levemente a cair tornara-se mais forte e intensa. Embora as ruas se encontrassem vazias, a Praça das Fontes Eternas encontrava-se apinhada de gente devido ao enorme toldo de couro q a cobria impedindo assim a chuva de penetrar no principal mercado da cidade. Lilian e eu seguiamos Harth que nos guiava pelas ruas labirinticas formadas pelas lojas dos vendedores ambulantes. Desde q abandonámos a estalagem que Lilian nada dizia, parecia até que me evitava.
- Chegámos. - Disse Harth parando subitamente.
Um imponente edificio branco com janelas verdes e uma sólida porta de carvalho vermelho encontrava-se à nossa frente.
- Vamos, vamos, já estão à nossa espera.
Fomos recebidos por um servo que nos guiou imediatamente à sala de espera. A sala era enorme, tapeçarias e quadros de vários tipos cobriam as paredes, estantes a transbordar de livros e pergaminhos davam um certo ar de misticismo, um tapete rarissimo da dinastia Gin cobria o soalho de madeira enquanto três sofás muito convidativos ocupavam todo o resto daquela sala. Harth sentou-se imediatamente aproveitando para descansar, Lilian aproveitou para ler os livros e pergaminhos, alguns muito antigos e cheios de pó, eu deixei-me ficar de pé enquanto observava pela janela a azáfama da Praça.
- O meu amo vai recebê-los agora, façam favor de me seguir. - E rodando sobre os calcanhares guiou-nos até ao gabinete do seu mestre.

Um homem alto e grisalho encontrava-se de pé observando as pessoas do mercado, estava tão concentrado nos seus pensamentos que nem deu pela nossa entrada. Um mapa da região encontrava-se aberto sobre mesa.
- Harth, quem são os teus companheiros? - A pergunta foi feita com uma naturalidade assustadora.
- Amigos q me vão auxiliar no trabalho que me oferece. - Respondeu o gigante com a mesma calma.
O homem vira-se e perscruta-nos com o seu olhar, seus olhos vermelhos parecem ler até as almas, sinto um arrepio na nuca.
- Muito bem. - Disse ele sorrindo e mostrando os seus caninos. - Vamos ao que interessa.
Um mau pressentimento invade o meu espirito, este homem n é o que parece, Lilian tb está apreensiva, também ela compreende que algo n está certo, mas Harth continua calmo fitando o homem.
- 50 km a norte da cidade encontram-se as ruínas de um templo. - Continua apontando para o mapa. - A vossa missão é trazer-me o Olho de Osiris.
- O Olho de Osiris!? - Exclamei. - Mas isso é uma lenda, tal objecto oferece a visão do passado, presente e futuro, quem o possuir tornar-se-à incontestavelmente rei e senhor de Gaia.
O homem fitou-me irritado, mas depois continuou.
- Como dizia, a vossa missão é trazerem-me o Olho, pagar-vos-ei muito bem pelo objecto e entrarão nos anais da história, além de fazerem um grande serviço à Universidade.
- O senhor é um feiticeiro? - Perguntou Lilian.
- Sou sim. - Respondeu fitando-a demoradamente - Hm, interessante, muito interessante. - Lilian desvia o olhar intenso do velho feiticeiro e aproxima-se de mim para se sentir mais segura.
- Aceitamos. - Disse Harth. - O Olho será seu. - E dito isto vira costas ao homem e sai calmamente do escritório levando consigo o mapa.
Incrédulo sigo-o para tentar que me explique a sua reacção, Lilian apressa-se a vir atrás de mim, mas a voz do feiticeiro fá-la parar.
- Eu sei o que tu és, a tua avó também o sabia. Se precisares de alguma coisa a minha porta estará sempre aberta para ti. - E com um sorriso volta-lhe costas e contempla uma vez mais a Praça.

1 comentário:

Anónimo disse...

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