terça-feira, julho 25, 2006

Viagem ao Passado (1ª Parte)

O Olho leva-me através do tempo forçando-me a visitar locais que há muito desapareceram e pessoas marcantes que tiveram impacto na História ou apenas meros desconhecidos cujo espírito indomável os levou a cometer grandes feitos. Sorrio, choro e grito de raiva ante estas visões, ante estas personagens tão singulares e especiais que ajudaram a criar o mundo em que hoje vivemos. Este rodopiu incessante de imagens pára bruscamente e sou como que atirado para um chão de terra batida, levanto-me lentamente e sacudo o pó das minhas roupas, um cheiro familiar invade os meus pulmões, olho em volta e vejo que estou no mercado de Ritendel, suas tendas douradas de mercadores ambulantes reflectem a luz do esplendoroso pôr do Sol, dando a todo o mercado uma luz peculiar e fascinante.
Caminho pelo mercado ainda meio estonteante, nunca mais aqui tinha estado, a última vez foi há 10 anos, foi aqui que eu conheci a... Não, será que o Olho me enviou para aqui para me mostrar isso mesmo? Abanando a cabeça incrédulo dirijo-me a passos largos para o local onde me encontrava quando a Ela chocou contra mim, evito as montras e as pessoas, mas elas parecem que não me vêem, continuam o seu caminho sem sequer se desviar. Ouço um rebuliço lá à frente e uma mulher corre na minha direcção, vem coberta por um manto castanho escondendo as suas feições.
- Ela... - Deixo escapar em voz baixa.
Assim como todos os outros ela parece não me ver e passa a correr por entre o meu corpo, sou como um fantasma, apenas observo e não posso intervir. No seu encalço vinha a correr a grande velocidade um rapaz de 15 anos, vestia uma armadura de couro e tinha uma gladius presa no cinto. Sigo-os até a um beco.

- Desiste ladra, foste apanhada, devolve-me o dinheiro. - Diz o rapaz enquanto tirava a gladius da cinta.
- Eu desistir? Meu caro parece que não me conheces. - Ela imita-o desembainhando a sua espada e preparando-se para o confronto.
- Como queiras ladra, mas asseguro-te aque a bem ou a mal vais devolver-me o dinheiro. - Sem mais palavras ele atira-se a ela com todo o fulgor da juventude.
O combate é intenso, nenhum dos dois dá parte fraca lutando como leões. Finalmente a luta termina e ela é derrubada e privada da sua espada.
- Desiste ladra, agora devolve o que é meu. - Ele levanta-a prendendo-a por um braço e descobre seu rosto. É díficil de descrever a reacção dele ao vê-la, seus cabelos encaracolados cor de fogo condiziam com a sua personalidade indomável, seus olhos verdes fitam-no com irritação libertando um fogo interior que o deixa simplesmente rendido. Ele deixa-se ficar, contemplando-a sem conseguir articular palavra alguma, a pressão sobre o braço da ladra diminui, ela, por seu lado, observa-o intrigada mas perante o perigo iminente resolve agir e inflige-lhe uma joelhada entre as pernas. Ele solta um grito de dor e cai no chão agarrando-se ao seu sexo tentando em vão aliviar a dor.
- Foi uma boa luta guerreiro, mas parece que eu levei a melhor. - Piscando-lhe o olho e sorrindo afasta-se. - Ah, é verdade, toma, isto é para pagares a um sacerdote para te livrar da dor. - E soltando uma gargalhada corre de novo para o mercado misturando-se com a multidão.

2 comentários:

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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