O monstro olhava para nós furioso, a perda do seu tentáculo fora um duro golpe, não era invulnerável como pensara. Sua língua bifurcada sibilava por entre a sua boca espumosa; os seus tentáculos rodopiavam à sua volta tentando intimidar-nos e atingir-nos.
Lara empunhava as suas espadas curtas cujas lâminas estavam embebidas num veneno paralisante, sua concentração era fantástica, seus olhos acompanhavam com rapidez cada movimento daquela besta esperando pelo momento certo para atacar.
Lilian recuara, tinha que estar concentrada para lançar os seus feitiços e como todos sabemos a posição de um feiticeiro é sempre na rectaguarda, protegido dos perigos. Meus pêlos eriçavam-se ao ouvir as suas entoações, o ar tornara-se electrificante devido ao poder que dela emanava, não há dúvida, esta Lilian é bem mais poderosa do que diz ser.
Eu encontrava-me entre as duas, sem a minha armadura e de peito exposto tornar-me-ia um alvo fácil de abater, por isso seguindo as indicações da demónio tomei esta posição. Nenhum de nós tomava a iniciativa, estávamos os quatro expectantes, esperando por uma pequena falha para atacar. Um pequeno gemido de Lilian indicou-nos que ela estava preparada por isso eu e Lara avançámos contra a criatura. Com um grito de guerra atacámos com violência aqueles tentáculos enormes, a perícia da demónio era encantadora, parecia dançar ante as ameaças, uma graciosidade mortífera tornava-a uma adversária à altura, os tentáculos caíam ante os seus ataques, o seu olhar determinado estava calmo como se o perigo ou o medo fossem apenas ideias vagas. Os seus rodopios e saltos eram simplesmente magnificos, de quando em quando via um sorriso em seu rosto como se tudo aquilo a estivesse a divertir, seu olhar desviava-se para me observar rapidamente, parecia querer que eu a visse, era como se estivesse a dançar para mim, a seduzir-me, a mostrar o quão óptima era naquilo. Eu é claro observava-a maravilhado, ela melhorara bastante desde que nos separámos, ela sabia-o e não tinha vergonha de me mostrar.
Ante o nosso ataque combinado as defesas daquela criatura cairam por terra, um esgar de medo passou pela sua face forçando-a a recorrer a uma última estratégia, pedir piedade. Como era patética, ainda agora tão orgulhosa pensara que nos ia devorar e agora chorarava copiosamente pedindo que a poupássemos.
- Poupa-a, ela já não pode fazer mal a ninguém, está derrotada. - Os olhos de Lilian estavam suplicantes, todo aquele sofrimento partia seu coração.
- Não a podemos poupar, ela devorou várias criaturas e provavelmente continuará a fazê-lo se não a impedirmos. - Olho para a feiticeira tentando fazê-la mudar de opinião.
Um som de uma lâmina a cortar a carne ecoa pela caverna fazendo-me virar bruscamente. A cabeça do monstro rola pelo chão.
- Era o que merecia, ninguém mexe na minha mente e fica vivo para o contar. - Lara fitava com uma certa mistura de ódio/prazer a cabeça da besta já sem vida.
Lilian leva a mão à boca tentando conter um gemido, enquanto eu coloco minha mão sobre seu ombro e lhe digo:
- Entendo, também teria feito o mesmo.
Seus olhos faíscam de alegria e inesperadamente dá-me um beijo cheio de desejo.
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