8 de Vénus de 2006DR

Acordei tarde, a noite foi longa mas muito boa, Harth contou as suas histórias e toda a gente na sala se juntou para as ouvir. As lendas dos bárbaros são maravilhosas, sempre cheias de perigo e mistério, de magia e criaturas encantadas e de heróis solitários q apenas levam consigo o seu machado e a sua enorme coragem. Sorri ao pensar q até o bardo as escutava atentamente, memorizando-as para as contar numa outra localidade. Levantei-me e abri as cortinas, a fraca luz do Sol bateu-me no rosto e banhou meu peito nú. Estava um tempo esquisito, espessas nuvens carregadas de água principiavam a cobrir o céu, o astro rei lutava desesperadamente contra este inimigo mas a sua luta era vã e a pouco e pouco tornou-se mais pálido e fraco até desaparecer por completo. Pequenas gotas de chuva começaram a cair e pude ver as pessoas no mercado a correr para se abrigarem antes q este águaceiro se tornasse num torrencial. Virei pois as costas a esta imagem e comecei a vestir-me.

A sala de convivio encontrava-se quase vazia, apenas 3 mesas estavam ocupadas. Harth e Lilian já ali estavam conversando alegremente.
- Então rapaz, estás a desleixar-te, sempre acordaste muito cedo e hoje acordas tão tarde!? Não me digas q convidaste alguma rapariga para o teu quarto? - Disse-me Harth enquanto me dava uma palmada nas costas e soltava uma enorme gargalhada. Lilian que sorria ficou subitamente muda ao ouvir esta pergunta e olhou para mim esperando ansiosamente pela minha resposta.
- Não seu saco de batatas com cérebro, a noite foi longa e estava muito cansado, por isso dormi um pouco mais. - Respondi dando-lhe igualmente uma pancada nas costas. Lilian soltou um suspiro de alivio. - Então e vocês, dormiram bem?
- Que nem uma pedra! - Respondeu Harth devorando o seu pequeno almoço.
- Eu dormi muito bem. - Apressou-se a responder Lilian. - A noite foi maravilhosa. - Os nossos olhares cruzaram-se. - O Harth é muito divertido, nunca me ri tanto.
- Isso é porque o sonsinho ainda não te contou as suas aventuras. Vamos, conta uma aqui para nós, que tal aquela da Diaba de Halos? - Incentivava Harth enquanto engolia de uma só vez a sua bebida.
- Fica para uma outra altura, n devemos preparar-nos para ir ter com o teu contacto? - Perguntei tentando evitar a história.
- Isso é só daqui a uma hora, até lá podias contar a história, afinal de contas eles até te esculpiram uma estátua. - Harth soltou uma enorme gargalhada.
- Ai sim? Mas o q fizeste assim de tão importante? - Os olhos de Lilian brilharam de curiosidade.
- Não foi nada de mais. - Corei um pouco e tentei uma vez mais mudar de assunto.
- Nada de mais!? Ah seu grande sonso, deixa estar que eu conto a história.
- Harth!! - O gigante simplesmente ignorou-me.
- Uma Succubus apareceu na cidade de Halos e andava a sugar a energia aos pobres humanos da zona. Simplesmente ninguém lhe resistia, homens e mulheres todos sucumbiam aos seus encantos e aos seus inesgotáveis apetites sexuais, até que aqui o sonsinho apareceu. Durante 7 dias e 7 noites ficou dentro do quarto com aquele demónio até que por fim a porta se abriu e uma Succubus exausta se arrasta cá para fora. A população ficou simplesmente abismada, um humano derrotou uma Succubus no seu próprio jogo. A demónio foi escorraçada, aqui o sonso recebeu uma estátua e o seu nome ficou conhecido por todos os demónios. Ainda hoje me pergunto como é que ele o conseguiu? - E com uma gargalhada bebe mais um golo da sua bebida.
A minha cara fica tão vermelha como um tomate. Lilian fica muda e olha para mim sem acreditar, de repente inventa uma desculpa e sai da mesa.
- As tuas maneiras são de um javali no meio da pocilga, seu parvalhão. - Grito-lhe irado.