Neptuno conta-nos a história da cidade enquanto nos guia pelas estreitas ruas, seu olhar bem disposto e matreiro centra-se nas minhas companheiras, afinal de contas, embora seja um Deus o seu insaciável apetite sexual é bem conhecido pelos quatro cantos de Gaia. A Atlântida é de facto um local extraordinário, perdida durante mais de mil anos, tanto para mortais como para imortais, e mesmo assim ainda se mantém intocável, como se o tempo tivesse parado neste local do universo. Os edíficios são de uma beleza e de uma complexidade arquitectónica fabulosa, suas formas ovais indicam o avançado nível tecnológico do povo que aqui vivera e suas cores e tons, alguns que nem consigo descrever tal a sua elegância e raridade, são capazes de encantar e seduzir o artista mais conservador. O Deus dos mares conduz-nos a um belo palácio enfeitado com frescos vivos e encantadores que realçam a vida marinha e relatam algumas aventuras do próprio Netuno. É de facto um local digno para um rei ou para um Deus, seus portões em ouro maciço e suas colunas esculpidas em mármore azul contrastam de uma forma peculiar com o resto da cidade. Foi construído para dar o maior conforto aos seus inquilinos, possui áreas de lazer e prazer, banhos quentes e frios, enormes jardins povoados de árvores e arbustos coloridos, estábulos e aquários e um gigantesco salão composto por uma mesa rectângular e um belo trono de ébano colocado à cabeça da mesma. Neptuno senta-se nele e com um gesto pede que nos sentemos também.
- Como te disse ainda agora, humano, concedo-te um desejo. - Diz Ele com a sua voz possante.
- Agradeço-Vos, vossa majestade, mas de momento não sei o que pedir, tenho tudo o que preciso. - Respondo genuinamente.
- Isso não tem importância, quando estiveres preparado pede e serás atendido, o que interessa agora é que aprecies a estadia na minha cidade.
- Estadia? Mas, divino senhor, não podemos aceitar, temos de estar em Nova Roma para a reunião do Senado.
- Como? Mas eu pensei que te tivessem avisado sobre o perigo que corrias, se fores a Nova Roma o que encontrarás é a morte e nada mais. Ficas, por isso, aqui comigo e apreciarás a minha cidade.
- Mas que tenho eu de especial para receber um aviso Vosso? - Pergunto confuso.
- Ora, isso não te posso responder, mas sabê-lo-ás em breve. - Neptuno lança-me um olhar claro dizendo-me que a conversa terminou. - E agora vamos comer que estou esfaimado!
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2 comentários:
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