9 de Vénus de 2006

A estrada para Norte estava em mau estado, desde que abandonámos as fronteiras da Républica q as condições das mesmas têm vindo a piorar, se há uma coisa em que os romanos são bons é a construir estradas. O fresco aroma a terra molhada perfumava o ar e os últimos resquicios da forte tempestade de ontem encontravam-se nas pequenas gotas que teimavam em cair da verde vegetação e das folhas das enormes árvores que percorriam a via bastante degradada.
Desde a entrevista de ontem que me encontro pensativo. Aquele homem n é o que parece, há algo nos seus olhos que me arrepia, e quanto à reacção de Harth!? Essa também é muito estranha, afinal de contas ele sempre teve a fama de ser um ferreiro brilhante por isso tem de haver algo mais. Hm, parece que terei que manter os meus olhos bem abertos, sei que passámos por bastantes aventuras mas a vida tem a tendência de mudar a nossa personalidade quando menos esperamos.

Olho para os meus companheiros, Harth segue na frente consultando o mapa e Lilian lê um livro que deduzo estar repleto de magias. Hm, Lilian, uma rapariga adorável, divertida e inocente, mas por debaixo dessa sua maneira de ser existe algo mais, algo misterioso. A sua reacção ontem durante a entrevista deixou-me a pensar, será que também devo ficar de pé atrás? Será que não me devo aproximar dela tanto quanto desejo? Não, não sei porquê mas confio nela, penso que vai dar uma óptima feiticeira.
Concentro-me na sua pessoa e penso no quase beijo de ontem.
A sua presença desperta sentimentos em mim que pensei mortos, desde a Ela que nunca mais olhei para outra mulher desta maneira, sim, tive as minhas aventuras, mas foi apenas desejo e paixão fugaz. Ontem, quando estivemos assim tão cúmplices tudo o que nos rodeava simplesmente desapareceu, os únicos sons que ouvia eram os da sua respiração, o único cheiro que me banhava era o da sua pele e a única imagem que via eram os seus olhos verdes chamejantes.
Suspiro e olho para o céu.
Deuses, por favor não me preguem mais uma partida...