quinta-feira, julho 27, 2006

O Despertar

A brisa escaldante do deserto saúda-me enquanto desperto lentamente do meu sono profundo, o cheiro a sangue e suor penetra violentamente nos meus pulmões dando-me a indicação de que me encontro no meio de um combate. Abro os olhos e deparo-me com cinco demónios que me olham confusos e sem saber o que fazer, ao meu lado encontra-se Lara, a minha escrava, que me fita igualmente confusa e um pouco nervosa.
- Calma, escrava, o teu mestre está de volta. - Digo-lhe sorrindo.
A demónio estremece ao ouvir as minhas palavras, a sua expressão toma um misto de tristeza e alegria.
Fito de novo os meu oponentes com um olhar gélido e impetuoso, sem aviso algum ergo a Elektra e lanço-me sobre eles desferindo-lhes golpes terríveis e mortíferos, em poucos segundos os cinco caiem no chão manchando a areia dourada de vermelho escuro. Esta minha atitude inesperada e o meu sorriso de contentamento após este massacre instiga o pânico nos oponentes da demónio que ainda se encontravam estáticos olhando para mim sem saber o que fazer. Lara aproveitando esta oportunidade lança-se sobre eles e dá-lhes o mesmo destino dos meus.
- Muito bem, escrava, estou a ver que as tuas capacidades de luta melhoraram bastante.
- Nem imaginas o quanto, mestre. - Diz Lara ainda meio indecisa sobre o que fazer a meu respeito.
- Muito bem, é assim que eu gosto. - Digo enquanto me aproximo dela e beijo vorazmente os seus lábios. - Como tinha saudades dessa tua boca e dessa tua língua, logo irei provar o resto. - Sorrio para ela e encaro os restantes demónios. - Mas agora vamos terminar este combate, se é que lhe podemos chamar isso.
Afasto-me de Lara e caminho calmamente na direcção do grupo que derrotou Lilian e os outros. Consigo sentir o seu medo, devorar o seu terror e saborear o seu pânico.
- Como é bom estar de volta!! - Grito enquanto danço pela areia trazendo a morte àquelas infelizes criaturas. - Depois de dois longos anos enclausurado sabe bem regressar desta forma!
Cravo a Elektra no peito do último demónio enquanto olho sorridente para Melissa e Orfeu e delicio-me com o último suspiro da minha vítima.
- Mas que espécie criatura és tu? - Pergunta a sacerdotisa enojada.
- Eu? Eu sou a verdadeira força da natureza humana, sou o deus da guerra que caminha no meio dos homens espalhando o medo e o terror, a morte e o desespero. Eu sou aquele que invade o teu leito de noite e te toma sem pedir permissão, sou aquele que te toca e te faz gemer de prazer e ao mesmo tempo te obriga a implorar para que pare. Eu, cara sacerdotisa, sou o teu pior receio e o teu melhor desejo. - Fito-a deliciado com a sua reacção e com a sua expressão de puro nojo.

- N-não é p-possível, isto simplesmente não pode ser possível, os meus demónios mortos tão facilmente? Devo estar a sonhar... - Grita Gorath incrédulo olhando à sua volta.
- Ora, ora, ora, vejam só quem é ele, é o gordo e odioso Gorath. - Digo enquanto arranco a lâmina da Elektra do peito do cadáver. - Vejo que fizeste exercício, estás bem mais magro, mas como deves saber nada disso te vai ajudar pois irás acabar como os outros. - Sorrio desdenhosamente.
O demónio fita-me furioso e corre para mim pronto para me atacar. Pela velocidade dos seus golpes e pela sua perícia com a espada deduzo que treinou bastante para este combate, mas infelizmente para ele não está à minha altura.
- É só isso que sabes fazer, monte de sebo? - Digo gozando com ele enquanto me desvio ou simplesmetne aparo os seus golpes.
- Treinei muito, desta vez vou vencer-te! - O demónio redobra as suas investidas mas por mais que tente é incapaz de me levar a melhor.
- Isto está a tornar-se aborrecido, obviamente és incapaz de rivalizar comigo, por isso, vou acabar já com esta fantochada.
Aparo o seu último golpe e contra-ataco com uma cotovelada no nariz, o demónio recua uns passos com o impacto enquanto tenta acariciar o seu nariz partido e estancar desesperadamente o sangue que dele escorre. Aproveito a sua distracção e sem piedade decepo-lhe a mão que segura a espada. Gorath grita de dor e institivamente leva a sua outra mão ao coto decepado numa tentativa vã de tentar proteger a sua ferida.
- Agora, seu monte de estrume, vou fazer aquilo que não fiz da última vez, vou acabar contigo. - Digo-lhe enquanto o agarro pelo pescoço.
O demónio tenta implorar por misericórdia mas depressa se apercebe que não vale a pena. Empurro-o violentamente e desfiro-lhe um golpe na barriga, um golpe profundo que revela as suas entranhas ao mundo. O estado de Gorath é lamentável, seus olhos pedem por piedade mas apenas encontram o gelo dos meus.
Agarro uma vez mais o seu pescoço e sussurro-lhe ao ouvido:
- Isto é por teres ousado meter-te no meu caminho. - Enfio a minha mão na sua barriga aberta e puxo para fora os seus intestinos.
O demónio solta um grito surdo enquanto cai por terra sofrendo dores inimagináveis, lágrimas jorram dos seus olhos tornando a sua cara atormentada num oceano de mágoa. Eu simplesmente me mantenho ao lado dele puxando devagarinho as suas entranhas deliciando-me com esta cena macabra.
- Pára!! - Grita Melissa chorando copiosamente. - Por favor pára...
- Porque haveria de parar? - Pergunto sem olhar para ela. - É este o destino dos que ousam meter-se no meu caminho.
- Mas isso é tortura, já conseguiste o que querias, já o derrotaste, não tens razão para o manter assim.
- Eu decido se o quero manter assim ou não, ele só vai morrer quando eu qui...
Uma das espadas curtas de Lara enterra-se no coração de Gorath matando-o instantaneamente. - Quem? - Pergunto zangado.
- Ele já estava quase morto, já não tinha piada. - Diz Lara escondendo a sua cara e arrancando a sua espada do coração do demónio.
- Não tinhas nada que ter feito isso, escrava. - Dou uma bofetada na cara da demónio enquanto grito de raiva.

Todos os trinta demónios estavam mortos, já não tinha nada que fazer ali, por isso monto num dos Dzarth e parto na direcção de onde vieram. Lara olha para mim e depois para Melissa e Orfeu, seu rosto estava desolado e seus olhos diziam tudo o que lhe ia no peito. Sem alternativa monta noutra montada demoníaca e parte na minha peugada.
- Pelos deuses, - Murmura Melissa. - mas que monstro acabámos de libertar?

1 comentário:

Anónimo disse...

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