terça-feira, julho 25, 2006

11 de Vénus de 2006DR - Meditações

Deixámos a sala, cada um levou a arma ou armadura que mais o cativou. Lilian trazia consigo um bastão de madeira branca com uma enorme pedra de âmbar no topo, Lara vestia agora uma nova armadura de couro preto tornando-se mais fácil misturar-se com as sombras e Harth deixara para trás o seu antigo machado trazendo agora um de melhor qualidade. Quanto a mim seguia na frente com a adaga presa no cinto e muito pensativo, as palavras da sereia não paravam de ecoar na minha mente.

O meu silêncio preocupava os meus companheiros, especialmente Lilian, desde que "regressei" que me havia isolado e n lhe dera a atenção devida. Mas não era apenas a desconfiança em meus companheiros que assolava o meu espírito, pois até agora não tenho razões para desconfiar deles, nunca tive e espero nunca ter, o que me preocupava era aquela sereia e a missão que em parte fui obrigado a aceitar. Hm, como estou diferente, como mudei nestes últimos anos, a desconfiança nunca antes penetrara em meu espírito, nunca!! e agora basta uma desconhecida, uma criatura com uma voz suave e formas atraentes que com uma simples frase me lança para este dilema. O que me aconteceu? O que aconteceu àquele homem que andou por entre Deuses e Demónios, que desceu até aos confins do Inferno enfrentando as mais vis criaturas para, tal como Orfeu, tentar salvar a sua amada. Terá morrido parte de mim qd ela me foi roubada? Terá de alguma forma a minha estadia nos mundos inferiores mudado a minha maneira de ser? Ah, deuses, terei eu finalmente perdido a minha inocência? Não!!! Não, não e não, recuso-me a seguir por este caminho de insegurança e desconfiança, recuso-me afundar ainda mais nas trevas. Um Homem deve escolher o seu caminho, deve guiar-se pela sua experiência e tomar as suas próprias decisões. Que direito tem aquela encantadora de homens de semear a dúvida em meu coração, que direito tenho eu de desconfiar de quem sempre esteve a meu lado nas horas mais dificeis. Não, esta loucura terá que terminar aqui e agora, perdi parte de mim com a morte da Ela, mas isso n significa que deixe perder tudo o resto. Não irei deixar que a dúvida e a desconfiança se instalem permanentemente em meu espirito, nunca!!!

Páro subitamente, um peso enorme é libertado do meu peito e pela primeira vez em 2 anos respiro livremente. Viro-me e fito Lilian com um sorriso e sem meias medidas beijo-a apaixonadamente, um beijo tão intenso que deixa Lara e Lilian coradas, uma de ciúme e a outra de paixão.
- Continuamos? - Digo sorrindo.
Volto a caminhar pelo túnel cantarolando deixando os meus companheiros olhando uns para os outros sem saber o que dizer.

2 comentários:

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