terça-feira, julho 25, 2006

11 de Vénus de 2006DR - A Saída

Lilian jazia inconsciente, sua respiração era ofegante e sua fronte ruborizada deixava escorrer longas gotas de suor. Afago seu cabelo e beijo sua testa suada.
- Portaste-te bem. - Murmuro sorrindo.
Lara que observava o que restara da estátua vira-se para mim e coloca a sua mão sobre o meu ombro. Seus olhos dourados fitavam Lilian com um certo receio e dúvida.
- Estou preocupada. - Diz ela. - O seu cheiro mudou enquanto lançava o feitiço, parecia que já não era a mesma pessoa. - Sua mão aperta o meu ombro com força e o seu olhar transforma-se em preocupação genuína. - Tem cuidado, meu querido, algo me diz que ela é mais do que nos diz ser.
- Eu sei. - Coloco minha mão por cima da dela tentando acalmar a sua preocupação. - A sua expressão mudou, o seu olhar estava diferente, a pessoa que lançou esta magia não era a Lilian. Mas por agora as nossas perguntas ficarão sem resposta, ao que parece a inscrição não estava correcta, pois destruímos a Morte, mas não encontrámos a saída.
Subitamente a sala começa a tremer, as pedrinhas dos escombros começam a saltar freneticamente e um rugido fantasmagórico ecoa à nossa volta. As estátuas dos quatro dragões despertam do seu longo sono, seus olhos e suas mandíbulas abrem-se lentamente. Um raio de luz branca é expelido de suas bocas convergindo para o local onde antes a majestosa fonte se erguia, o pavimento estremece quando os raios se unem no centro, um som estridente é libertado e uma espiral de vento e de luz é formada. O vórtice parece sugar tudo à sua volta, envolvo Lilian em meus braços protegendo-a, Lara abraça-me tentando por sua vez proteger-me. Tudo termina tão depressa como começou, um silêncio ensurdecedor engole toda a sala e a luz desaparece. Um pequeno ponto branco aparece sobre os escombros, ao principio trata-se apenas de um pontinho, mas rapidamente aumenta formando uma porta.
- Finalmente. - Grita Lara. - A saída desta sala amaldiçoada. - E sem dizer mais nada atravessa a porta.
Pego no corpo ainda inconsciente de Lilian e sigo-a. A porta fecha-se atrás de mim como se nunca tivesse existido e sem o saber a estátua da fonte é reconstruída.

A porta transporta-nos para um quarto, uma cama enorme encontra-se encostada à parede e no seu lado direito uma antiga escrivaninha cheia de pó anseia por voltar a ser usada. Lara está deitada experimentando a cama e quando me vê lança-me um olhar de desejo e um sorriso maroto e malicioso, coro ligeiramente recordando dos nossos antigos momentos mas não consigo evitar que um sorriso igualmente maroto se forme em meu rosto. Coloco Lilian no outro lado da cama e uma vez mais beijo sua testa. Lara aproxima-se por trás e sussurra-me ao ouvido, suas palavras fazem-me corar, encaro-a e observo seus olhos dourados flamejantes de desejo, sua língua humedece seus lábios negros e uma vez mais um sorriso de malicia e prazer é esboçado. Uma doce fragrância enche o quarto deixando-me relaxado e descontraído, como que lendo meu olhar ela empurra-me e deixa-se cair sobre mim beijando-me e mordiscando meu pescoço.

1 comentário:

Anónimo disse...

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