terça-feira, julho 25, 2006

3 de Vénus de 2006DR

N ofereço resistência, meu cérebro fervilha de lembranças de acontecimentos passados e com o q acabou de acontecer, simplesmente n consigo acreditar, esta não pode ser a Meg que eu conheci. Levam-me de volta à minha tenda e ali me deixam tendo por companhia apenas os meus pensamentos. Os sentimentos de frustração, culpa, raiva e estupfacção investem contra o meu espirito aturdido, as memórias da bela Meg lutando a meu lado durante as guerras ferais, aliviando as minhas mágoas após a morte da minha amada Eleanora, o seu sorriso sempre bem disposto de como quem diz "vem, a vida só dura um dia" já não fazem sentido, esta não pode ser a elfo q eu tanto adoro!!!
Uma voz quebra os meus pensamentos, a voz do Relâmpago, ele está vivo, ele está bem! A felicidade e a esperança voltam a fazer palpitar o meu dilacerado coração.
- No momento certo luta e serás salvo. - Nada mais diz e o elo perde-se novamente, os unicórnios são criaturas verdadeiramente misteriosas.

Dois homens javali voltam a entrar na minha tenda, seguram-me pelos braços e levam-me até à periferia do acampamento. A Meg já se encontra aqui, usa um manto escarlate com estranhas marcas gravadas a ouro, uma longa cimitarra reluz no seu interior.
- Ah, aqui está o nosso convidado de honra. - Seus olhos cravados nos meus exibem um brilho maléfico. - Amarrem-no ao poste! - Aproxima-se de mim, e acaricia-me o rosto. - Mentir-te-ia se te dissesse q n ia doer. - E com um sorriso doentio afasta-se. - Mas acredita, vais adorar ser meu servo.

Sinto minha face ruborizar-se, a cólera toma conta de mim, meus punhos cerrados esperam pelas ordens do Relâmpago, n precisei de esperar muito, a sua voz ecoa pela minha cabeça.
- Agora!!
Furioso dou uma cotovelada no rosto de um dos homens javali q se preparava para me atar, este recua uns passos guinchando de dor e sentindo o sangue quente escorrendo pelo seu nariz partido. O segundo sem esperar pela minha reacção fica quieto tentando pensar, aproveito o momento e dou-lhe um pontapé nos genitais obrigando-o a agachar-se enquanto uiva de dor. É altura de pedir reforços.
- "ELECTRA!!" - Grito, um zumbido percorre o ar e respondendo ao meu chamamento a minha espada voa na minha direcção.
Agora estamos em pé de igualdade e estou pronto para enfrentar as aberrações. A Meg q se encontrava concentrada no seu feitiço desperta subitamente e vê o q se passa. Sinto-a fitar-me, sinto q irá usar todos os seus poderes contra mim. De repente uma explosão ecoa dentro do acampamento.
- Deve ser o Relâmpago q traz reforços. - Digo para mim.
Este novo aliado desvia a atenção da minha pessoa e todos se viram na sua direcção. Um espesso fumo cobre a zona do impacto e uma silhueta parece emergir daquele inferno. Hoje parece ser o dia das surpresas. Uma mulher envergando um longo manto castanho atravessa aquela nuvem e fita a sua rival, Meg. Seus cabelos pretos ondulam ao sabor do vento e seus olhos expressivos igualmente castanhos chispam e brilham com uma intensidade estonteante. O seu corpo está envolto por uma aura de magia.
- Tela... - Deixo escapar seu nome completamente espantado com a sua aparição.
Ela avança na direcção de Meg, seu andar gracioso e firme ao mesmo tempo instiga o medo naquelas aberrações criadas pela minha antiga companheira.
- Voltamos a encontrar-nos Sthelin, mas desta vez tu morrerás!!! - Uma voz sobrenatural sai de seus lábios como se estivesse possessa.
Meg, confusa, recua, seus olhos outrora loucos reflectem agora um sentimento de medo.
- Quem irá morrer aqui serás tu e eu beberei o teu sangue!!!! - Com um grito Meg corre na direcção da sua oponente ignorando-me por completo.
Uma batalha de titãs tem lugar no centro daquela floresta. Os homens javali fogem assustados e deixam-me sozinho. Nada posso fazer a não ser esperar, os poderes por ambas usados estão para além da minha imaginação. O Relâmpago aproxima-se de mim e juntos aguardamos pelo desenlace. Por fim, tudo termina. Meg jaz no chão de joelhos, encontra-se exausta, sua adversária avança para ela ilesa e aparentemente ainda mais forte.
- A tua hora chegou Sthelin, está na hora de deixares este mundo... - As suas palavras são frias.
Do seu manto o brilho de uma adaga revela-se, sei o q se vai passar, Meg irá morrer. Embora furioso com o q ela me fez, n deixo de me lembrar do seu sorriso inocente e confiante, por isso corro na direcção das duas mulheres. Chego tarde, a adaga crava-se no coração da elfo. Amparo a sua queda. Seus olhos azuis perdem a loucura e tornam-se uma vez mais intensos e marejados de lágrimas.
- Perdoa-me, perdoa-me... - Libertando o seu último suspiro Meg morre em meus braços, seus olhos já sem vida fitam o horizonte. Uma sombra negra liberta-se de seu corpo e desfaz-se no ar.
- Tua amiga estava possessa, lamento, mas foi melhor assim. - Sua voz era fria.
- Melhor assim!? - Ergo a cabeça e fito Tela com os olhos cravejados de lágrimas - Melhor assim!? Mataste a sangue frio uma das mulheres mais espectaculares q jamais conheci!!! Se estava possessa bastava levá-la a um templo, n era preciso matá-la!!! - Minha voz estava modificada pela dor, as lágrimas inundavam meu rosto.
- Tu não percebes humano, existem coisas neste mundo q estão para além da tua limitada consciência, n passaste de um objecto q usei para atingir os meus fins. - Suas palavras continuavam frias e distantes, mas seu olhar enternecia-se. - Eu... lamento...
Levanto-me e esmurro sua cara, um fino fio de sangue corre pelo seu queixo. - Eu tb lamento, lamento o dia em q te levei para o meu quarto, não passas de um monstro vestindo uma pele de humano.
Seu rosto ruborizou-se, seus olhos adquiriram a expressão da Tela q eu julgava conhecer.
- Eu... - Sua mão acaricia o lábio ferido e sem um aviso ela desaparece.
Fico só, o corpo de Meg jaz no chão sem vida. Embainho minha espada e reclamo minha armadura. Coloco seu corpo com cuidado em cima do Relâmpago e monto-o em seguida. Depois de tudo o q passámos merece um bom funeral. Sigo de cabeça baixa na direcção oposta à da cidade. A magia q pairava sobre o bosque começa a dissipar-se, mas isso pouco me importa. Apenas desejo dar um final digno a uma grande amiga...

4 comentários:

Anónimo disse...

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Meg estava possessa!!! O mau espírito continua vivo, enquanto ela jaz morta... Fiquei triste. O cavaleiro deveria confiar mais em seus instintos. Mas ele é jovem... Ele aprenderá.

=(