terça-feira, julho 25, 2006

A Partida

A cidade de Lucrécia é um dos principais centros de comércio situados no Norte da República, o seu enorme e lendário porto alberga centenas de navios, mercantes e militares, que chegam e partem de e para todos os cantos de Gaia. Capturada em 1841DR pelo general Emilio Justino durante as invasões bárbaras, tornou-se rapidamente num poderoso posto avançado que mais tarde foi convertido em cidade, sua importância estratégica devido à sua localização e ao seu porto natural ainda hoje são reconhecidas. Enormes muralhas negras cercam a cidade dando-lhe um aspecto ameaçador e tenebroso àqueles que a vêem pela primeira vez, bandos de gaivotas voam em circulos soltando os seus sons característicos numa espera esfaimada pelo peixe fresco acabado de pescar. Mesmo a uma distância considerável da cidade conseguimos sentir o seu cheiro, uma mistura de peixe, especiarias e perfumes engolem não só Lucrécia mas também as regiões circundantes.
- Teremos mesmo que passar por esta cidade, meu amor? - Pergunta Lilian um pouco enjoada.
- Receio bem que sim, daqui apanharemos um barco para Linitar e depois seguiremos pela via Ápia até Nova Roma. - Respondo sorrindo tentando contrariar e melhorar o seu enjoo.
- Barcos! Detesto-os, passo a vida a tropeçar e a cair. - Comenta Lara irritada.
- Não tenhas problemas, demónio, ao teu lado está uma sacerdotisa que velará por ti. - Intromete-se Melissa no seu tom de voz snob.
- Sim, ainda bem, já me sinto muito melhor agora que me disseste isso. - Responde sarcasticamente a demónio.
- Vamos, vamos, não se enervem, durante a viagem cantarei músicas elogiando Neptuno e dando ânimo aos marinheiros de forma a termos uma viagem segura, calma e rápida. - Diz Orfeu acalmando os ânimos.

No porto ouvimos boatos de que algo se passa na Capital, um homem tomara conta do Senado e estava a causar grandes distúrbios por toda a República, alguns diziam que estávamos à beira da guerra civil, outros anunciavam já o final da tirania de Roma, enfim, todos estes boatos não anunciavam nada de bom para a nossa viagem nem para o que nos esperava. Partimos ao entardecer num belo barco chamado Estrela de Inverno, um barco pequeno mas veloz, segundo o seu capitão chegaremos a Linitar dentro de três dias. Embora tudo estivesse a nosso favor não pude deixar de sentir um arrepio na espinha no momento em que zarpámos do porto, não havia maneira de voltar atrás, que seja aquilo que os Deuses quiserem...

1 comentário:

Anónimo disse...

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